sábado, 2 de fevereiro de 2013

Astronauta (Cosmos Surreal)



Sozinho subi à luz do firmamento
Ao contemplar paixões, em meu cansaço
Toquei lua e estrelas num tormento,
Vagando a constelar em meu espaço

Confesso que o céu chorou aflito,
Os anjos me cercavam soluçantes:
No cosmos a expansão de um vasto grito,
Na terra, almas que matam seus amantes

Eis que caem noites sem luares,
Pois vi morrer a lua, tão sombria
E a pupila cega em vãs olhares
Já na terra a densa noite, negra e fria

Procuro minha sombra, já perdido,
Num rubro espaço por fim abandonado
Não sinto ser, talvez já tenha sido
Um astronauta a vagar em meu passado

Tantas lágrimas, das quais me vejo flutuar
Por entre o cosmos não consigo entendê-las,
Talvez se escondam atrás de um luar
Ou talvez brilhem na imensidão, como estrelas.

(RONALDO ARAGÃO) - Em: 15/07/2003

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