sábado, 2 de fevereiro de 2013

Andarilho


   
    Tentendo buscar uma explicação de minha vida, percebi que minha busca se faz ingenuamente singela em tudo que tento explicar. Os dias que chorei com ombros confortáveis, as vezes que meus caminhos foram conduzidos em procissão de pés doídos, das horas amargas onde bocas degustaram meus instantes intragáveis...
... Hoje ainda não descobri o motivo de cada infortúnio, e se os sei... irei calar ao balbuciar do primeiro choro, e conduzir o meu silêncio no sinismo de minha vergonha. Aqueles ombros se foram, presenteando-me apenas a vaga lembrança, os pés que seguiam meus passos, trilharam rumos perdidos e as bocas que brindaram minhas lágrimas, caíram na embriaguez do orgulho!
     Nunca tive o explendor do entendimento do que me foi vivido. Apenas aprendi que não posso presumir expectativas, e hoje nada mais me vislumbra o ego. E meu estado solitário vai seguindo auroras e adormecendo em crepúsculos... na certeza que tudo o que sinto nas terras desoladas da alma que me faz, são meros dias de um  andarilho viajante, que segue sem rumo na incerteza que lhe foi dada...

(RONALDO ARAGÃO) - 21/03/2011

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