Sabe... quero tanto ser
amado. Mas não apenas de carinhos, de afagos, não... hoje não! Quero despir-me,
deitar-me ao teu lado, quero passar toda uma noite no lapso inquietante de cada
acariciar. Eu quero deixar-me envolver pelos teus braços e ser menino inocente
tão cheio de malícias e desejos... como quem nunca viveu à flor da pele, quero
juntos, ego, corpo e alma!
Se num obstante, ao
frenesi das carnes que se resvalam, minha estagnação for ainda mais acalentada,
deixe-me sentir apenas tua presença se evaporando em gotas de suor, deixe-me ir
além de teus olhos, porque quero enxergar toda volúpia que há no mais secreto
de ti... Silencie a voz, eu quero a perplexidade desse silêncio como grito meu,
como ânsia de possuir-te.
Quero que me encontres...
me deixe perdido em teu corpo, me corrompa a sanidade e destrua as matizes de
meu mundo preto e branco. Apaga a luz, acende minha luz, esquenta-me... deixa
queimar, e não me socorra! Vem sem pedir, sem permissão, eu sou como os que não
se educam, nem moral, nem imoral: AMORAL! Inebriados pois... voluptuosa
sensação de cálidos gostos que se formam.
Pode escancarar meu pudor,
não quero amor, hoje não... Eis que de amor já somos feitos. Quero apenas amar,
quero penetrar teu ser mais que meramente pele... Na sincronia de dois corpos
túmidos, cálidos num prazer inconsciente. Livra-me de mim mesmo, estou tão
só... sucumbido em minha incapacidade de amar sozinho. Hoje eu quero mais. Hoje
somos um... tem que ser a dois!
(RONALDO ARAGÃO) 28/10/2010
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